3/26/2013

Aluno com deficiência física defende mestrado em Educação sobre Tecnologia Assistiva



O estudante da UFRGS Cláudio Luciano Dusik defendeu na manhã de hoje, 26, a dissertação “Tecnologia Virtual silábico-alfabético: tecnologia assistiva para pessoas com deficiência”, no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Ele é o primeiro aluno com deficiência física a concluir mestrado no programa.
No mestrado, Cláudio, que é formado em Psicologia e possui conhecimentos em Informática, foi instigado a lapidar um teclado virtual que utilizava. O software foi então aperfeiçoado e permite agora que pessoas com diferentes limitações possam utilizá-lo, a partir de uma característica de adaptação. Sob a orientação foi da professora Lucila Maria Costi Santarosa, a dissertação detalha a nova tecnologia assistida – o aplicativo de um teclado virtual - e relata cases de cinco usurários da tecnologia. O estudante pretende agora colocar sua criação livremente à disposição de pessoas que, a exemplo dele, necessitam do recurso para poder escrever com apoio do computador e interagir virtualmente.
Cláudio tem atrofia muscular espinhal (AME), doença genética que causa degeneração dos neurônios motores. Apesar disso, e com apenas o movimento de um dedo, ele utiliza o mouse para digitar e acessar a internet, com autonomia. Atualmente, atua como tutor em cursos da Universidade Aberta do Brasil.
O uso da cadeira de rodas não impediu o estudante de levar adiante sua pesquisa. Cursou todas as disciplinas de forma presencial e semipresencial. Nos deslocamentos de Esteio, onde mora, até Porto Alegre, o estudante contou com a companhia da mãe no transporte especial. Muitas orientações da professora Lucila foram realizadas pelo Skype para que ele não precisasse vir à Faculdade de Educação.
A mãe de Cláudio, Elza Arnoldo, que acompanha os esforços e conquistas do filho, estava muito contente com seu pioneirismo. Para ela, Cláudio é um exemplo de que é possível às pessoas com deficiência vencer o medo, a vergonha e o receio e enfrentar as batalhas do mundo. “Quando criança, os médicos diziam que o Cláudio teria de sete a quatorze anos de vida. Vivíamos em luto. Ele foi para a escola só para brincar e ter amigos. Hoje está defendendo seu mestrado. É um exemplo para todas as pessoas com deficiência”, comentou Elza. Ela também lembrou que ao enfrentar as barreiras, Cláudio provocou alterações nas vias públicas, na disponibilização de transportes e na acessibilidade aos locais de estudos. [Fonte: UFRGS]

3/18/2013

É possível fazer educação de qualidade sem escola, diz educador


A escola do futuro não existirá. Ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as ferramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem. Esta é a expectativa de Tião Rocha, educador, antropólogo e uma das principais referências em ensino de folclore e cultura popular. Para ele, educação se faz com bons educadores e o modelo escolar arcaico “aprisiona” e há décadas dá sinais de falência. “Não precisamos de sala, precisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os instrumentos possíveis que levem o menino a aprender”, defende.​
E é isso que o educador tem feito nos últimos 30 anos, desde que teve “um clarão” e deixou o emprego de professor na Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) para fundar o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, organização não-governamental sem fins lucrativos, criada em 1984, em Belo Horizonte (MG). Na cidade de Curvelo, no sertão mineiro e capital da literatura de Guimarães Rosa (autoproclamada pelo escritor), Tião iniciou um projeto pedagógico baseado no uso da cultura local como matéria-prima do ensino e na proposta de que a educação acontece em qualquer lugar. E foi debaixo de um pé de manga que a pedagogia da roda começou. Em círculo, as crianças discutem, avaliam e decidem a atividade do dia.
Sua proposta de uma educação mais livre já atingiu mais de 500 educadores e 20.000 crianças. O projeto é reconhecido internacionalmente e foi levado a Moçambique e Guiné Bissau. “Nós comprovamos que é possível sim fazer educação de boa qualidade sem escola, em qualquer lugar. E aprendemos também que só podemos fazer boa educação, se tivermos bons educadores. Bons educadores são aqueles que geram processos permanentes de aprendizado e não repassadores de conteúdo”, afirma.
Autor premiado de propostas pedagógicas e livros didáticos sobre o uso do folclore e da cultura popular no ensino básico. Em 2007, Tião recebeu o prêmio Empreendedor Social, do jornal Folha de S.Paulo e da Fundação Schwab. Confira a entrevista concedida aoPorvir por telefone:
As escolas e os professores estão valorizando mais cultura popular?
Tião Rocha - A percepção das observações que eu tenho é no caminho oposto. Não vejo como prática ampla. Alguns professores, algumas escolas, por iniciativa muito pessoal, dão importância para a cultura popular, mas isso não acontece como parte integrante de um sistema educacional. Sinto que ela está sendo cada vez mais substituída e, de certa forma, denegrida em função de outro conceito que é a internet, as novas mídias, a tecnologia. Há uma supervalorização dessa modernidade em detrimento das tradições. Quando os meninos vão para a escola, de onde eles vêm, o que eles aprenderam, a herança que eles trazem têm importância zero. A escola está interessada em formar tecnicistas.

Qual é a importância de valorizar a cultura popular?
Rocha - A grande questão é a ideia de as pessoas se sentirem parte integrante do território. Sentir que pertencem a algum lugar e que esse lugar está ligado e eles. Eles não estão soltos. A cultura popular e tradições trazem a identidade das pessoas para transformar indivíduos em pessoas. Esse afastamento das pessoas, da sua realidade, do seu mundo, do seu universo de tradições familiares e culturais é um problema sério de falta de fixação do indivíduo com sua identidade. Ele vira massa de manobra.

Recentemente o Rio de Janeiro inaugurou o Gente, uma escola municipal sem salas de aula, séries e carteiras ordenadas em fila. O espaço físico da escola está mudando? Como o senhor vê esse processo?
Rocha - Acho que estamos caminhando, mas de forma muito lenta e atrasada, porque esta não é uma questão é nova, é bem antiga. Está muito arraigado no âmbito da sociedade, das nossas elites políticas, dos nossos dirigentes, que educação e escolarização são a mesma coisa. Há 30 anos eu me perguntava se era possível fazer educação sem escola ou debaixo de um pé de manga. Comprovamos que é possível sim fazer educação de boa qualidade sem escola, em qualquer lugar. O MEC continua produzindo cartilhas, distribuindo livros didáticos e os professores vão continuar a dar a mesma aula de sempre. As escolas vão continuar com seis aulas de matemática e nenhuma de cidadania, solidariedade ou artes. E continuarão com aulas de 50 minutos, como se todo mundo aprendesse em 50 minutos – essa imbecilidade continua presente em 2013.

Não precisamos de sala, precisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os instrumentos possíveis que levem o menino a aprender.
Tião Rochaantropólogo e educador
O que precisa ser feito?
Rocha - Precisamos escancarar isso. Não precisamos de sala, precisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os instrumentos possíveis que levem o menino a aprender. Não podemos ter um modelo como a escola, que deixa a maioria para trás, aproveita o mínimo e vai “informando” gente que não é crítica, que não pensa, que não age, que não é bom cidadão. Eu gostaria que um dia abolissem a escola. Será que nós sabemos o que colocar no lugar? Se tivermos boas referências, vamos fazer isso que está sendo feito nesse exemplo que você deu (da escola municipal do Rio de Janeiro). Não teremos escolas, teremos um galpão, um espaço de aprendizagem. Um dia vamos acabar com o MEC também. Não precisa ter Ministério da Educação, precisa ter Ministério do Conhecimento.

Nesse futuro que o senhor imagina, como seriam os espaços que sucederiam às escolas?
Rocha - As escolas têm grades, têm currículo. É uma cadeia, uma prisão. Em vez de ela ser um espaço gerador de conhecimento, ela aprisiona conteúdos e determina que tipos de conteúdo os meninos precisam aprender – uma visão absolutamente equivocada. E para que os meninos precisam aprender isso? “Ah, é porque eles precisam vencer na vida”. Vencer na vida é o quê? É ganhar dinheiro, virar classe média alta? Se é pra ser feliz, eles tinham que ter mais música, mais poesia, mais solidariedade, e menos matemática, menos química. Eu defendo que todas as escolas, do pré-escolar ao pós-doutorado da USP, deveriam ter a mesma base curricular, a Carta da Terra. Todos deveriam estudar tudo baseado nesse documento, que pra mim foi o maior consenso que a humanidade já produziu. Um pacto com 16 artigos, de 185 países. Mais de 5.000 instituições passaram anos discutindo para chegar nisso. E ela está aí como letra morta, mais um papel.

Vai demorar 50 anos para chegar um tablet na zona rural, e a zona urbana estará 50 anos na frente em termos de tecnologia, ou seja, nós estamos fazendo desigualdade de acesso às tecnologias de informação e comunicação.
Tião Rocha
Como o senhor avalia as tecnologias e inovações que estão chegando às salas de aula? Como usá-las de forma positiva para valorizar a cultura popular?
Rocha - Acho que, de maneira geral, as tecnologias são meios e portanto estão a serviço e têm que atender uma causa. Há um avanço tão amplo nas tecnologias de informação e comunicação, os chamados TICs. Temos tanto TIC, tanto TIC, que hoje as pessoas estão tendo tique nervoso. É TIC demais. E para mim esses TICc só fazem sentido quando se transformam num “TAC”. Para cada Tecnologia de Informação e Comunicação, deveria haver uma Tecnologia de Aprendizado e Convivência. A grande questão é como transformar isso em um instrumento de aproximar e produzir solidariedade e compreensão nas pessoas. Vai demorar 50 anos para chegar um tablet na zona rural, e a zona urbana estará 50 anos na frente em termos de tecnologia, ou seja, nós estamos fazendo desigualdade de acesso às tecnologias de informação e comunicação. [Fonte: Terra]

Jogar é o principal meio pelo qual aprendemos, diz diretor do MIT


Para especialistas, games devem ser aceitos dentro da escola




Crianças brincam com aplicativo de tablet em Londres: "temos que trazer isso para dentro das escolas" Foto: Getty Images
Crianças brincam com aplicativo de tablet em Londres: \"temos que trazer isso para dentro das escolas\" - Foto: Getty Images

Fazer um game não parece ser uma tarefa muito fácil para ninguém. Inserir dados educativos que, de fato, consigam ensinar os jogadores parece ser ainda mais complexo. Durante o SXSWedu, três especialistas deram algumas dicas que mostram que, apesar de difícil, desenvolver um jogo para ser usado na sala de aula não é impossível. Para tanto, é preciso ter em mente que, apesar de o jogo reunir diversos conteúdos, o professor precisará complementar aquela experiência do aluno com algumas informações. A ferramenta, porém, não pode ser um trabalho a mais para o educador, mas uma ajuda para sua aula. Acima de tudo, os games precisam ser divertidos.
Confira abaixo esses e outros conselhos de Katherine McMillan Culp, cientista de pesquisa sênior do Center for Children; Greg Chung, diretor adjunto de pesquisa e inovação do National Center for Research on Evaluation, Standards, and Student Testing (Cresst); Scot Osterweil, diretor de pesquisa de mídia comparativa no MIT.
1. Divertido, acima de tudo
“Se você não achar que aprender é divertido, você vai falhar. Esse é o desafio atual. Jogar é o principal meio pelo qual nós aprendemos, eu sempre começo um projeto pensando onde uma pessoa pode se divertir e jogar com esse conteúdo.”Scot Osterweil


2. O conteúdo não se esgota 
“Fizemos um game sobre um robô que precisa de luz solar e água para quebrar moléculas e gerar energia. Não é preciso dizer o que é fotossíntese e que a molécula é glicose no game, esse será o papel do professor. O game não precisa entregar todo o conteúdo. Os alunos jogam e o professor que vai explicar o que é glicose, a molécula etc. O game constrói a lógica e faz tudo isso fazer mais sentido.” ​Katherine McMillan Culp


(Os jovens) levam para o game algumas das habilidade do século 21, como a resolução de problemas, trabalho em equipe, e nós gostaríamos que eles tivessem esse mesmo pensamento na sala de aula
Scot Osterweil - diretor de pesquisa de mídia comparativa no MIT
3. Uma ajuda na vida do professor
“Quando desenho um game, penso que o professor já se preocupa com várias coisas e que o game tem que ser facilitador, tem que ajudar e que ele não precise ser comprometido com aquilo. Uma inversão interessante é chamar os alunos para aprender a jogar e desafiar eles a ensinarem os professores a jogar. Os professores não precisam saber jogar, eles podem aprender.” Scot Osterweil

4. A motivação de fora da escola dentro dela
“Estamos vivendo em um tempo em que os jovens estão jogando muito. Não quer dizer que eles estejam aprendendo muito, mas também não devemos pensar que todo esse tempo é desperdiçado. Eles levam para o game algumas das habilidade do século 21, como a resolução de problemas, trabalho em equipe, e nós gostaríamos que eles tivessem esse mesmo pensamento na sala de aula. Eles deixam isso lá fora, acham que a escola não tem nada a ver com essas questões. Temos que trazer isso para dentro das escolas.” Scot Osterweil

5. A importância do erro
“Um bom game dá oportunidades de falhas sem transformar o aluno em um perdedor. Quando ele para num ponto que não consegue avançar, ele vira para o amigo e pergunta: ‘Como eu passo dessa fase?’ Os professores devem aproveitar esse momento para ensinar algo de matemática que eles precisam saber para passar de nível. A oportunidade de errar é importante porque eles vão aprendendo com as dificuldades.” Greg Chung

6. A capacidade de adaptação
“Depois de 20 anos desenhado games, acho que gastamos muito tempo na frente da tela. O desafio das escolas também é pensar qual o formato terão acesso, se é uma tela digital, tablet, computador. Podemos usar uma pequena tela para grupos isso também pode ser bem interessante. Times competindo com outros times, por exemplo. Escolas com pouca tecnologia precisam pensar em outros formatos e o game precisa acompanhar essas adaptações.” Scot Osterweil

Se você quiser saber mais sobre aprendizado baseado em jogos, fique atento. Esses e outros debates sobre games na educação poderão ser conferidos no dia 4 de abril no Transformar 2013, evento promovido em parceria entre o Instituto Inspirare e a Fundação Lemann.[Fonte: Terra]

3/10/2013

Com ajuda de alunos, professor cria web TV e cobre temas da cidade


O uso de tecnologia dentro da sala de aula ainda é motivo de inquietação para muitos educadores. Mas em Campo Bom, município gaúcho a 50 quilômetros de Porto Alegre, um professor não só criou uma web TV com a ajuda dos alunos como levou o projeto para fora dos limites da escola. No começo de 2009, o professor de português Jorge Cesar Barboza Coelho, 35 anos, e seus alunos lançaram o CBB WebTV, iniciativa que mudou a realidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental Borges de Medeiros e da cidade.
A partir de uma sondagem entre os alunos, Coelho chegou ao diagnóstico de que a televisão, o celular e outros aparatos tecnológicos estavam presentes na vida de mais de 90% dos estudantes. Seguindo um dos seus princípios, de que projetos não podem partir somente do educador, o professor convocou alunos, pais e colegas de profissão para pensar uma forma de se apropriar da tecnologia e tornar a dinâmica das aulas mais atraente, com a criação de um novo projeto de ensino. "Envolvemos os estudantes em todo o processo. Primeiro provocando, perguntando se eles achavam as aulas chatas e o que poderia mudar, até chegar no nascimento do CBB WebTV", explica o professor.
O CBB (sigla para Clube dos Blogueiros do Borges, em referência à instituição em que foi criado) é um núcleo de ideias em forma de WebTV, em que alunos - em sua maioria de 10 a 15 anos - elaboram notícias, reportagens, documentários, entrevistas, enquetes e programas sobre o cotidiano escolar e outros interesses jovens. Além disso, promovem coberturas ao vivo dos eventos relevantes da cidade de Campo Bom. Em 2011, o projeto evoluiu, e a grade foi organizada em diversos canais: o CBB News, o CBB Live, o CBB Defender (reportagens sobre bullying) e o CBB Sports.
Projeto inspira outras escolas da cidade
Com recursos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, o projeto envolve anualmente cerca de 100 alunos e hoje não se limita apenas à Escola Borges de Medeiros. Atualmente nove instituições da rede pública de Campo Bom participam da iniciativa. Esse sucesso do CBB WebTV fez com que o coordenador se tornasse um dos dez ganhadores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 de 2012, concedido anualmente pela Fundação Victor Civita.
O projeto também esteve entre os vencedores da 6ª edição do Prêmio Professores do Brasil, iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e, em 2011, representou o País na seletiva internacional do Prêmio Educadores Inovadores da Microsoft, em Washington (Estados Unidos), após vencer a etapa nacional. O trabalho do professor em frente ao projeto foi reconhecido também pela administração municipal: Coelho foi convidado, no começo de 2012, para trabalhar na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Campo Bom.
A mudança na dinâmica da sala de aula causada pelo CBB - que já envolveu, desde o início, cerca de 800 alunos - incentivou outros professores a pensar em novas formas de avaliação. "São necessários exemplos motivadores que incentivem os professores a ousar. Hoje a maioria está envolvida no CBB e inclusive usa alguns programas como avaliação em suas disciplinas", conta Coelho. A forma de avaliação tradicional é alvo de críticas do coordenador do projeto. "Na escola, não há espaço para o aluno errar. Você faz uma prova e, se se equivocar, perde nota. E na vida não é assim. Nós erramos, é normal. Errar e aprender com o erro. Temos que estar cientes disso no momento de avaliar alguém e de criar dinâmicas de aprendizado", opina.
No começo do projeto, segundo o professor, alguns alunos até buscavam participar em busca de uma compensação no boletim. Hoje, segundo ele, todos se envolvem muito mais, "vestem a camisa em diversas frentes", como por exemplo, campanhas de arrecadação promovidas pela escola, que acabam sendo lideradas por integrantes do CBB. Para o professor, a impressão é de que a cidade passou a valorizar mais a educação e a escola depois do projeto. "Isso se deve ao fato de não fazermos do CBB WebTV uma ação isolada. Nossa intenção é integrar cada vez mais pessoas", diz.
Qualquer estudante pode fazer parte do CBB WebTV, enviando matérias e trabalhos. Quando o nível de comprometimento é alto, este aluno recebe o título de CBB Master e passa a fazer parte de uma equipe fixa, que auxilia estudantes e educadores nas ações digitais. Um dos CBB Master é Gabriel Tonin, aluno do 9º ano da Escola Estadual Borges de Medeiros. Envolvido no projeto desde o princípio, o estudante de 13 anos criou o canal que hoje se chama CBB Games.
"Fazíamos programas com jogos como Age of Empires e íamos aprendendo sobre a Idade Média, por exemplo. Discutíamos como os castelos eram construídos e de que maneira as armaduras dos guerreiros medievais eram feitas", explica o estudante. Para Gabriel, a máxima "estudar se divertindo" é o melhor do projeto. [Fonte: Terra]

Crianças aprendem mais cedo e deixam professores para trás




A grande problemática hoje seria como transformar a informação da internet em conhecimento, função que caberia ao professor


Não só as crianças hoje têm cada vez maior acesso a números e textos como elas desenvolvem a habilidade de formular ideias sobre essas informações muito antes do que se pensava. Estudos realizados pelas pesquisadoras argentinas Susana Wolman e Claudia Molinari indicam que essa capacidade de compreensão de dados pode se iniciar já aos três anos. A par disso, a Fundação Victor Civita (FVC), órgão que busca a melhoria da qualidade da educação básica no Brasil, tem refletido sobre as formas de aprimorar o ensino neste cenário de expansão tecnológica e amplo acesso das crianças à informação. E todas as respostas caminham para um ponto: a formação dos professores.
A formação dos professores precisa ser voltada à realidade das escolas, para a prática. Dessa forma, os profissionais poderão induzir os alunos a usarem a internet e outras tecnologias de forma positiva
Angela DannemannDiretora da Fundação Victor Civita
Diretora-executiva da FVC, Angela Dannemann considera que, como este é um fenômeno ainda recente, só será possível uma avaliação completa dos prós e contras quase irrestrito e constante à informação em alguns anos. A grande problemática hoje seria como transformar essa informação em conhecimento, função que caberia ao professor. Mas, de acordo com Angela, a formação dos educadores ainda não condiz com os novos paradigmas da sala de aula, impedindo que ele assuma esse posto. "A formação dos professores precisa ser voltada à realidade das escolas, para a prática. Dessa forma, os profissionais poderão induzir os alunos a usarem a internet e outras tecnologias de forma positiva", diz.
Uma pesquisa da fundação, realizada ainda no ano de 2009, que analisou o uso de computadores e da internet em escolas públicas de 13 capitais brasileiras, confirma que, já naquele ano, existia infraestrutura na maioria das escolas que possibilitaria fazer uso pedagógico dos computadores com alunos. "No entanto, a preparação de professores e gestores ainda é um problema", conclui o estudo.
Choque de gerações dificulta
Informação sempre houve. O que mudou é a forma como esses dados chegam às crianças, de forma mais rápida e menos filtrada, por meio, principalmente, da internet. Enquanto a nova geração já nasceu com smartphone no bolso e perfil no Facebook, a geração anterior ainda busca adaptação a essas novidades, aprendendo suas multifunções. O fato dos alunos iniciarem a vida escolar já estimulados pelo vasto acesso à informação transforma a cultura de ensino do "um para todos" para uma lógica colaborativa, na qual o professor trabalha como um mediador da informação, organizando e qualificando os conteúdos em questão. "A tecnologia é mais colaborativa, e com isso se tem um ganho muito grande", analisa o psicólogo Adriano Gosuen, especializado em Educação e Direitos da Criança e do Adolescente.
 "Os alunos podem ensinar o professor a criar um blog para a turma, mas é o professor quem deve mediar o conteúdo ali disposto", salienta Gosuen. Para ele, com a apropriação por parte dos alunos de novas tecnologias, é preciso que a escola mude a forma como ela se vê em relação à criança. "A escola tem de ensinar aos alunos como lidar com as informações recebidas; ensiná-los a ter uma leitura crítica", diz.
Maria Helena Silveira, 43 anos, mãe de Marcelle, 15 anos, e Maria Clara, 6 anos, considera positiva a adaptação das escola às novas tecnologias, afinal, as crianças já chegam à idade escolar com habilidades nessa área. Cabe à escola oferecer meios para que a criança faça um bom uso delas. "Se a escola disponibiliza material via internet, facilita a vida dos alunos: grupos podem trabalhar online, evitando saídas e encontros na rua", diz Maria Helena, salientando a questão da segurança.
A mãe conta que Maria Clara, que frequenta o 1º ano do ensino fundamental, já possui um tablet e apresenta grande facilidade no manuseio de aparelhos tecnológicos. "Quando eu encontro dificuldades no celular, ela que me ensina a mexer", diz. [Fonte: Terra]

Programa Geração Tec


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3/08/2013

Material do Curso: Introdução à Educação Digital


Autoaprendizado, tecnologia e comunidade são união poderosa, diz especialista


Apesar de ainda não estarem disseminadas nos sistemas educacionais, a tecnologia e as plataformas digitais estão tirando o foco do ensino formal e devem quebrar paradigmas educacionais. Assim, modelos híbridos, baseados em autoaprendizado, aprendizado por games e relação com a comunidade são uma mistura poderosa. A análise é de Terry Heick, educador especializado em desenvolvimento social por meio de inovações no ensino e autor em sites especializados, como o Edutopia e o Edudemic, além de ser diretor de currículo do TeachThought. "Oe-learning costumava ser considerado um método inferior em relação ao presencial e para muitos ainda é, mas isso está começando a mudar", afirma.
As ferramentas disponíveis são muitas: jogos digitais, simulações, modelos de ensino usando aparelhos móveis, ambientes e plataformas de e-learning, mídias sociais. O desafio para os educadores, na opinião de Terry, é descobrir como os estudantes aprendem melhor e como a tecnologia pode ajudar melhor nesse processo. Por isso, os professores têm papel fundamental nessa engrenagem. Veja a entrevista concedida à agência Porvir por e-mail, em que ele ainda aborda o aprendizado baseado em projetos, educação domiciliar e o novo papel da escola.
Porvir - No seu artigo What To Expect From Education In 2013 (O que esperar da educação em 2013) você diz que a quebra de paradigmas é um tema para este ano e que a tecnologia e as plataformas digitais estão tirando o foco do ensino formal. Esse processo está acontecendo em todos os sistemas de ensino nos Estados Unidos?
Terry Heick - Nas escolas norte-americanas há bastante diversidade. Não existe uma fórmula mágica que todos seguem, e boa parte da inovação fica a cargo muito mais de cada professor do que da prefeitura ou do estado. Isso é um desafio porque os professores que estão em sala de aula não podem comprar aparelhos tecnológicos caros com acesso às mídias sociais e a outras ferramentas digitais. Também existe o problema das regras e políticas do governo. Quando as escolas públicas financiadas pelo governo conseguem introduzir essas tecnologias, normalmente elas têm que enfrentar regras rígidas, que podem inibir as habilidades dos professores em usá-las de modo consistente e criativo. A maioria das inovações citadas acima - e-learning, aprendizagem por meio de tecnologias e aparelhos móveis, simulações e similares - ainda são projetos únicos e isolados, ou integrados de forma precária no currículo.

Porvir - Você poderia falar sobre um projeto ou modelo de aprendizagem que o surpreendeu?
Heick - O modelo de aprendizagem que mais tem me interessado ultimamente é um tipo híbrido entre autoaprendizagem e aprendizagem através de jogos e brincadeiras. Com as novas tecnologias e com as comunidades, especialistas e mentores acessíveis, isso se torna especialmente poderoso. Há exemplos de aprendizagem com modelos híbridos em salas de aula de educação infantil e ensino médio e também nas universidades nos Estados Unidos. Isso não significa que todos os modelos de aprendizagem híbridos são iguais, mas mostra uma grande mudança no modo como as escolas estão trabalhando com o e-learning. O e-learning costumava ser considerado um método inferior em relação ao presencial, e para muitos ainda é, mas isso está começando a mudar.

Porvir - Como os estudantes aprendem com jogos e brincadeiras?
Heick - Não só os alunos podem aprender com jogos e brincadeiras, mas eles só aprendem brincando. Os estudantes fazem uma tarefa e têm sua performance avaliada após a entrega, muitas vezes recebendo uma nota por isso. A ideia de aprender brincando é totalmente focada no estudante - ele escolhe o conteúdo, as ferramentas e a linha de aprendizagem a ser seguida. Isso poderia acontecer por razões formais ou poderia ser o resultado de uma aprendizagem informal. Aprender com jogos e brincadeiras estimula o aluno de várias maneiras, incentivando-o a experimentar uma forma livre de ridicularização ou correções. Numa sala de aula tradicional, os alunos aprendem a obedecer e a "ir bem na escola". Por meio das brincadeiras, eles são guiados pela curiosidade, imaginação e pela disposição em relação a algum tema conquistada por uma autopercepção.

Porvir - As escolas que quebram com os modelos tradicionais de ensino e aprendizagem normalmente trabalham com aprendizagem baseada em projetos. O que você pensa sobre essa metodologia? Seria possível ter um modelo de educação totalmente baseado em projetos, mas ainda assim seguindo o currículo?
Heick - O modelo de aprendizagem baseado em projetos tem se tornado cada vez mais popular, mas isso está evoluindo aos poucos. O modelo de cinco anos atrás tem sido substituído por abordagens novas e mais personalizadas. Enquanto, há uma década, o método era considerado uma forma nociva de ensinar, agora ele está se tornando uma alternativa viável às unidades e lições tradicionais. Neles, o processo de aprendizagem é mais importante do que o resultado do projeto em si. Se forem dados os treinamentos necessários, os professores podem usá-los para atingir os objetivos acadêmicos desejados.

Porvir - Como você analisa esse fenômeno do homeschooling (ensino domiciliar), que vem crescendo nos EUA?
Heick - Em termos de dados atuais e mensuráveis, eu posso citar as estatísticas do Departamento de Educação dos EUA, que mostram aumento nesse número [de adeptos ao homeschooling]. Uma grande mudança que eu percebo é sobre a percepção dohomeschooling. No passado, ele tinha mais a ver com socialização e religião do que com sabedoria, tecnologia ou até mesmo rigor acadêmico. Acredito piamente que um indivíduo pode ter uma educação melhor em casa [do que a que teria na escola].

Adoraria ver o papel das escolas públicas mudar, de uma única instituição detentora do saber para um papel diferente no ambiente de aprendizagem misto, onde escolas dão apoio a comunidades com recursos, programas de alfabetização, redes de tutores e mesmo com programas e projetos que ajudam os pais e os membros da família a entenderem o real significado de "aprendizagem". Como uma mudança como essa, a capacidade de aprendizagem iria acontecer não só no nível institucional, como nos níveis da comunidade e individual, e uma mudança a longo prazo teria uma chance maior de acontecer.
Porvir - Se você fosse dar um conselho para os professores, qual seria?
Heick - Em meio a tantos recursos e ideias que eu teria para recomendar, fica até difícil saber por onde começar. A melhor resposta que eu poderia dar a essa pergunta seria provavelmente a menos emocionante: eu adoraria ver os professores terem completo domínio sobre como as pessoas aprendem e sobre os inúmeros modelos de aprendizagem disponíveis, principalmente como resultado da inovação tecnológica.[Fonte: Terra]

3/05/2013

Videogame aciona área do cérebro que também é ligada ao vício


Quem joga muito tempo tem atividade maior no sistema de recompensa.Estudo foi publicado pela revista científica 'Translational Psichiatry'.


Adolescentes que passam muito tempo jogando videogames têm estruturas e níveis de atividade diferentes em áreas do cérebro ligadas à recompensa, descobriram cientistas, dando a entender que eles extraem mais dos jogos do que pessoas que tendem a jogar menos.
Em um estudo publicado no periódico "Translational Psychiatry" nesta terça-feira (15/11/11), pesquisadores analisaram ressonâncias magnéticas de mais de 150 jovens de 14 anos que jogam videogame moderada ou intensamente, e descobriram que os jogadores frequentes possuem um volume maior de matéria cinzenta em uma parte crucial de seus cérebros.
Estudos anteriores haviam mostrado um elo entre o estriado ventral ligado à dopamina, uma estrutura do sistema de recompensa do cérebro, e os jogos de videogame ou apostas no computador, mas este é o primeiro a verificar volume e estrutura cerebral.
"Estes achados demonstram que o estriado ventral desempenha um papel significativo no ato de jogar videogame em excesso e contribui para nossa compreensão do vício comportamental", escreveram Simone Kühn, da Universidade de Gent, na Bélgica, e Juergen Gallinat, da Universidade Charité de Medicina, em Berlim, na Alemanha, em seu estudo.
Os videogames se tornaram imensamente populares nos últimos anos, em particular entre adolescentes. O uso semanal médio neste experimento foi de cerca de 12 horas por semana.
Há um debate em andamento entre os médicos e pesquisadores sobre se o uso excessivo de videogames deve ser reconhecido como um vício e visto como forma de desordem mental.
Os pesquisadores alemães descobriram que os usuários intensos exibem diferenças estruturais em seus cérebros em comparação ao que jogam pouco, mas não foram capazes de dizer se isto foi causado pela ânsia de jogar ou por uma mudança ocorrida em decorrência de seu hábito.
Henrietta Bowden- Jones, da divisão de neurociência do Imperial College de Londres, disse que as descobertas são altamente relevantes para os clínicos porque "estreitam ainda mais o fosso" entre o videogame e outros vícios, dando aos especialistas uma compreensão melhor das opções de tratamento de longo prazo.
"O próximo e empolgante passo será determinar, assim como com outros vícios, se as diferenças volumétricas são uma causa do comportamente humano excessivo", disse ela.[Fonte: G1]

Crianças confiam mais no Google do que nos pais para tirar dúvidas


Há alguns anos, quando uma criança tinha uma dúvida, era fácil prever que encheria os pais de perguntas. As novas tecnologias, porém, mudaram esse quadro. Uma pesquisa britânica da Birmingham Science City mostrou que 54% dos pequenos de 6 a 15 anos perguntam primeiro ao Google, e só depois aos pais e professores.
Os números impressionam. Apenas 19% dos entrevistados já usaram um dicionário impresso. As enciclopédias vieram em último lugar na pesquisa, com um quarto das crianças admitindo que nunca viram e nem sabem o que é uma. Os palpites do que seria uma enciclopédia incluíram um meio de transporte e uma ferramenta usada em operações.
Os professores também não se saíram nada bem. Apenas 3% das crianças disseram que procurariam a resposta com um professor. O estudo, que entrevistou 500 crianças de 6 a 15 anos, destacou a importância que a tecnologia passou a ter nessa nova geração. Quase metade das crianças usa o Google pelo menos cinco vezes por dia.[Fonte: Techtudo.com]

3/04/2013

120 livros acadêmicos para download gratuito


Universidade Estadual Paulista (UNESP), através da Cultura Acadêmica (um dos braços de sua editora principal), está disponibilizando 120 títulos acadêmicos em formato digital para download gratuito. Os livros estão divididos em 23 áreas do conhecimento e são voltados para estudantes de graduação e pós-graduação que precisam de material de apoio para desenvolver projetos acadêmicos. Clique na Imagem e Acesse!
(Crédito da Imagem: Shutterstock.com)

3/01/2013

Plataforma educacional da Apple alcança um bilhão de downloads


iTunes U. O aprendizado de uma vida em um toque.

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