5/27/2011

A Informática como Ferramenta Auxiliar na Construção do Conhecimento Dentro e Fora da Escola


Moisés Pereira Alves
Resumo

Este artigo tem como objetivo levantar em discussão a questão da educação informatizada, seus prós e contras e a importância de uma educação voltada para o futuro. Como pode uma escola adotar a educação informatizada sem prejudicar a construção do conhecimento dos alunos? Assim, tentaremos encontrar juntos a solução mais viável para uma verdadeira aprendizagem significativa.

Uma Proposta de Informatização da Educação

O atual paradigma do sistema educacional coloca em discussão o contexto da revolução da informação que surge com o advento da Internet e da Tecnologia da Informação. A educação, as tecnologias, são dois campos que desde há muito, mantêm diálogos. Por vezes tenso, por vezes, mais interativos. Esse campo não é neutro, tampouco é novidade o fato dos intelectuais que pensam a educação e seus agentes estarem debatendo o tema de forma prolongada e incisiva. A partir das idéias de Phil Agre [1] que argumenta para uma mudança institucional, e do Profº Valdemar W. Setzer [2] , que argumenta que o processo de desenvolvimento de uma criança e de um jovem e sua formação como pessoal é relativamente lenta e que exige muita paciência dos envolvidos, uma preparação adequada dos professores e de metodologias condizentes com a realidade atual, venho realizando minha pesquisa monográfica acerca da importância de uma metodologia informatizada do ensino.

Colocar computadores nas escolas não quer dizer informatizar a educação, mas introduzir a informática como ferramenta de ensino dentro e fora da sala de aula isso sim se torna sinônimo de informatização da educação. Sabemos que a “chave-de-ouro” de uma verdadeira aprendizagem está na parceria (professor-aluno) e a construção do conhecimento nesses sujeitos interativos. Para haver um ensino significativo que abranja todos os educandos as aulas precisam ser mais participativas, interativas, envolventes, os alunos devem se tornar “agentes” da construção de seu próprio conhecimento, o professor por sua vez estará utilizando a tecnologia para dinamizar as aulas e orientar os alunos na construção de seu saber. A utilização do computador como recurso de auxilio na construção do conhecimento dentro e fora da sala de aula torna-se uma realidade nossa, basta olhar que a Internet está hoje possibilitando infinidades de informações, serviços e outras atividades para toda comunidade. Quando falo de educação dentro e fora da sala de aula me refiro ao fato de que se na escola ele utiliza o computador para fins educacionais ele também pode utilizá-lo em casa para os mesmos fins, uma pesquisa, uma leitura, enfim ele poderá se divertir, jogar, mas saberá que aquela pesquisa que precisa fazer ou aquele tema que a professora deu pode está na Internet. É claro que essa conscientização depende muito de um cuidar pela qualificação do professor de informática e pelas práticas pedagógicas dos demais professores.

Uma consideração fundamental é que o computador torna-se um dos recursos mediadores de uma aprendizagem dinâmica, ele não estará substituindo o professor, mas auxiliando-o como ferramenta interativa na construção da aprendizagem. Sendo assim utilizado pelo professor, vem a “enriquecer o ambiente das crianças para que as trocas simbólicas estimulem o funcionamento da representação mental.” (Fagundes, 1994, p.49). Não é diferente do que diz Vygotsky (1989), sobre o funcionamento psicológico do sujeito e o conceito de mediação, enfocando que na relação do homem com a realidade, existem mediadores, que são ferramentas auxiliares de toda atividade humana.

Precisamos melhorar este ensino informatizado repensando a metodologia voltada para o ensino informatizado; pensando em educação informatizada não apenas como “Educação à Distância”. Esta seria apenas mais uma das possibilidades que o uso da tecnologia pode nos proporcionar? Há uma infinidade de software (programas de computador) educativos para as mais diversas áreas: Matemática, Física, Português, enfim inúmeras possibilidades, muitas delas distribuídas gratuitamente pela Internet, que podem contribuir para uma aprendizagem dinâmica, interativa e prazerosa, dando assim um novo olhar aos discentes sobre o ambiente escolar, e assim estará também vivenciando na sala ou fora dela a realidade da sociedade atual. O uso da Internet como ferramenta de pesquisa é fantástico! Museus podem ser visitados, bibliotecas virtuais, há uma infinidade de livros inteiros disponíveis na Internet, artigos, revistas, documentários, vídeos, todos estes recursos podem ser utilizados como fonte de pesquisa e de conhecimento do mesmo modo que os tradicionais livros, revistas e fitas de vídeos. Na verdade a questão de se permitir ou não o aluno fazer a pesquisa na Internet depende apenas de uma orientação acerca do procedimento que será adotado para se aceitar tal pesquisa. Critérios devem ser inseridos no processo de educação através do computador. Exemplos: exigir os endereços dos sites visitados que fazem parte da pesquisa na bibliografia, é um exemplo de critérios que podem ser adotados para um controle e desempenho melhor e mais segura das atividades.

Por último, devemos entender que o problema maior da informatização das escolas não está no computador em si, nem na capacitação de professores para esta área. Percebemos que o problema pode estar na escola enquanto detentora do poder de manipulação da informação, os professores enquanto “detentores do saber”? Essa idéia faz-nos entender a rejeição que alguns professores/as demonstram quando lhes é proposta a possibilidade de trabalhar com computadores em suas práticas pedagógicas. Desta forma, principalmente com a Internet, a escola da informação fica a desejar, pois o papel da escola e do professor numa instituição que utiliza a informática, não seria tanto o de divulgar as informações, já que para isso, dispomos de outros meios informatizados, mas seria sim o de possibilitar a construção do conhecimento. Neste sentido, não existiria a necessidade de uma competição com os novos recursos da informação, mas sim a descoberta e a construção de modo criativo e interpessoal o conhecimento usando múltiplas e variadas modalidades de informação já disponíveis.

[1] Phil Agre é professor associado ao MIT e autor de vários livros e artigos na área da tecnologia da informação e atualmente está escrevendo o livro “Mudança Institucional”.

[1] Valdemar W. Setzer é professor aposentado do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo.

Referencias Bibliográfica

AGRES, Phillip E.; Information and Institutional Change, Communications Studies. http://dlis.gseis.ucla.edu/people/pagre/change.html

SETZER, Valdemar W.; Meios Eletrônicos e Educação: Uma visão alternativa, Editora Escrituras: São Paulo, 2001.

GODOY, Norma. A escola do futuro e o futuro da escola. In: Revista da Educação – CEAP, Salvador: Centro de Estudos e Assessoria Pedagógica, nº 22, p.21-34, setembro, 1998.

FAGUNDES, Lea da Cruz; Informática e Educação in Idéias, nº 4. Governo do estado de São Paulo: São Paulo, 1994.

LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Editora 34, 1993.

VYGOTSKY, L. S.; A Formação Social da Mente. Martins Fontes: São Paulo, 1989.

Moisés Pereira Alves - Graduando em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, está no 6º Período, é especializado em informática, programação, exerce a função de Técnico administrador de Rede e manutenção da UESB Campus de Jequié-Bahia e pesquisador na área de educação e informática.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela sua participação!

Precisa de Ajuda?

ESTUDE A PALAVRA DE DEUS AGORA!

ESTUDE A PALAVRA DE DEUS AGORA!
Cursos e Estudos Bíblicos Gratuítos

Mais Postagens: