9/15/2010

Mídias e Escola: Questinamentos e Respostas


1. Como as tecnologias e as mídias interferem no cotidiano da escola?
R: As mudanças sociais são constantes e cada vez mais intensas, um dos fatores que mais tem contribuído para essas mudanças e transformações é a inovação tecnológica. As diferentes mídias e suportes de comunicação digital têm colaborado para que a sociedade se transforme. Essa transformação social e essas mudanças afetam diretamente a vida de nossos alunos, os quais estão inseridos nesse contexto digital, nessa cultura de digitalização de dados...e a escola é um sistema menor inserido dentro de um sistema maior...sendo assim, é inevitável que sofra a influência dessas transformações. Essas novas tecnologias e mídias afetam e interferem no cotidiano escolar em várias dimensões, penso que os aspectos didáticos, metodológicos, pedagógicos e de relações interpessoais sofrem uma interferência, pois o aluno do século XXI não é mais um agente passivo que espera a informação apenas na sala de aula, mas um agente ativo no processo de construção do conhecimento não apenas dentro da escola, mas, talvez, principalmente fora dela. O cotidiano escolar é feito de certa rotina pedagógica, e as escolas que não se inserirem no contexto da cultura digital ficarão isoladas da realidade do mundo fora dela. Portanto, a interferência é profunda, inclusive na cosmovisão, pois como diz um dos textos, o grande desafio da educação hoje é resignificar a pedagogia de Paulo Freire para esse contexto de novas tecnologias e mídias.

2. Com a Internet e outras tecnologias surgem novas possibilidades de organização das aulas?
R: O grande problema é a falta de estrutura das escolas, principalmente das escolas públicas. O aparato pedagógico da maioria ainda é sustentado apenas com a lousa e o giz, caraterizando a escola como sendo uma ilha de resistência às transformações e inovações tecnológicas. Todavia, as possibilidades de interatividade com a Internet e outras tecnologias podem ser muito impactantes para o processo de ensino e aprendizagem. As aulas podem ser muito mais dinâmicas com o uso da TV, de vídeos, rádio, aparelhos de som, data show, conexão com a Internet, blogs, redes sociais, e-mail, etc. A conectividade pode propiciar novas formas de participação no processo de ensino e aprendizagem, bem como no processo de comunicação e interação. Novas competências são exigidas diante das tecnologias e mídias, na concepção de Perrenoud, essas novas competências envolvem tanto os professores quanto os alunos, dentre elas destaco o trabalho em equipe e a capacidade de organizar e dirigir novas situações de aprendizagem.

3. A escola e seus professores podem se organizar para estas mudanças, de forma crítica, equilibrada e integradora?
R: Penso que sim, essa é uma opção e ao mesmo tempo uma necessidade. Contudo, os professores e gestores, bem como o corpo técnico administrativo da escola precisam ser capacitados no assunto, por meio de uma formação continuada. E a escola precisa ser reformatada para oferecer as novas tecnologias e mídias. O espaço físico da sala de aula muitas vezes é desfavorável, bem como seu aparato didático pedagógico. Por exemplo, leciono numa escola em que há conectividade com a Internet apenas em alguns espaços,sendo que hoje já tem tecnologia para conectividade sem fio. Reuniões sistemáticas para um planejamento escolar consistente seriam necessárias diante de uma nova estrutura funcional da escola do século XXI, bem como diante de novas possibilidades didáticas e pedagógicas do currículo escolar. A própria reformulação do currículo e seus conteúdos precisaria ser revista. Sendo necessário um currículo pós-crítico para dar conta de tanta informação disponível. O problema hoje não é tanto o acesso à informação, mas em saber filtrar aquilo que é relevante e aquilo que é banal. Para tanto, uma educação pós-crítica para a leitura das informações nos diferentes suportes de comunicação seria urgente. A construção coletiva de princípios éticos universais e valores necessários para filtrar tais conteúdos seria necessária.

4. Por onde começar o processo de mudança na escola e como continuar?
R: Penso que antes de mudar a escola deve-se investir na mudança de mentalidade e de atitudes por parte dos professores. Ainda há aqueles que são resistentes às novas tecnologias e mídias, então, se não mudar a cabeça desses profissionais e capacitá-los para essa nova realidade, não vai adiantar investir em mudanças na infra estrutura da escola e em seus recursos didáticos pedagógicos. O ideal seria promover mudança concomitantemente, envolvendo todos na escola, professores, gestores, alunos, e recursos tecnológicos. Para que a mudança se efetive e seja permanente, os educadores precisam ser capacitados continuamente.

Por: Jorge Schemes
www.influenciadamidia.blogspot.com

Pesquisa absolve celular na escola...

Estudo internacional aponta que o aparelho ajuda na aprendizagem:

Condenado pelos incômodos gerados no ambiente escolar, o telefone celular está prestes a se transformar em um aliado no processo de aprendizagem, segundo um estudo de um grupo de pesquisadores internacionais.

O relatório Horizon 2010, que identifica tecnologias que podem ter impacto na educação nos próximos anos, aponta o celular como uma das ferramentas pedagógicas do futuro.

Resultado da troca de informações entre especialistas de mais de 300 universidades ao redor do mundo, o estudo coordenado pelas organizações New Media Consortium e Educause bate de frente com a visão de professores país afora, que culpam o celular pela distração dos estudantes.

Pelo estudo, o celular pode ser útil para pesquisas durante a aula, para gravar trechos de explicações do professor e até para compartilhar com a turma, por meio de redes sociais como o Twitter e blogs, dados de saídas a campo. Única brasileira a participar da edição mais recente do relatório internacional, Cristiana Assumpção defende que educadores brasileiros repensem a postura quanto ao uso da comunicação móvel na escola.

– O celular é uma ferramenta que está na mão de todos, não importa a classe social. Não se pode tapar uma coisa que está vindo como um rolo compressor. Com a proibição, os alunos logo encontram uma forma de contornar isso, fazendo às escondidas. O pensamento deveria ser: já que estão usando, como podemos fazer para usar melhor? – afirma a especialista em tecnologia da educação, coordenadora dessa área no Colégio Bandeirantes, de São Paulo (SP).

Em Santa Catarina, o uso de celular em sala de aula é proibido pela lei 14.363, de janeiro de 2008, em escolas públicas e instituições privadas.

Mas, para o diretor de educação básica e profissional da Secretaria de Estado da Educação, Antônio Elízio Pazeto, todas as tecnologias que agreguem conteúdos são válidas na hora de ensinar.

– Quanto mais tecnologia, melhor. Desde que usada devidamente e em consenso com o professor – afirma.

Segundo Pazeto, é possível admitir que o telefone celular contribua para a aprendizagem quando usado para fazer pesquisas. Mas ele percebe que os alunos têm o hábito de usar o aparelho apenas para fazer ligações e mandar torpedos. [Fonte: Jornal DC]

“O segredo não é banir o celular”

ENTREVISTA: Larry Johnson, diretor executivo do New Media Consortium

Diretor executivo do New Media Consortium e um dos coordenadores do estudo, o norte-americano Larry Johnson defende que professores precisam adaptar o uso dos celulares na escola. Ele concedeu entrevista por e-mail.

Diário Catarinense – Como os celulares podem ser úteis nas salas de aula?

Larry Johnson – Os celulares, mesmo os mais simples e baratos, são pequenos dispositivos de captura multimídia essenciais. Fotografam, filmam, enviam mensagens e, obviamente, permitem ligações. São uma maneira fácil de criar um blog que possa receber entradas de telefones (textos, torpedos, vídeos e áudios). Então, um computador localizado em qualquer lugar pode expor aquela informação produzida para o mundo.

DC – Os professores costumam ter problemas com os celulares, pois os alunos perdem a concentração. O que o senhor diz sobre isso?

Johnson – Esse tipo de preocupação é baseada na questão de que os telefones podem ser usados para diversas atividades – e crianças deixadas à vontade se dispersam algumas vezes. O segredo não é banir o celular, mas usá-lo. As escolas devem procurar maneiras de usar os celulares e buscar compreender como transformá-los em ferramentas à aula.

DC – Como os professores podem fazer o uso educacional dos telefones celulares?

Johnson – Os professores precisam reconhecer que os estudantes usam seus telefones como forma de aprendizagem o tempo todo – apenas não para os tipos de aprendizagem que os professores ordenam. [Fonte: DC]

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